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"Poesias d'alma e do coração, que só pela alma e pelo coração devem ser julgadas." (Gonçalves de Magalhães)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Saudade do inverno passado...



Quando ao pôr-do-Sol eu suspirava, sentindo a brisa gélida tocar a alma. E o meu coração pulsava na mesma sintonia do vento, que balançava as árvores, que embalava o pássaro, dava vida à flor, que fazia o sorrizo nos lábios dela refletir a caliência do seu olhar.
O inverno passado... era tudo mais vivo. O céu era mais azul, as nuvens mais criativas, o mínimo verde do campo era tudo. Nas lembranças desta saudade, sem os mínimos versos que no inverno de outrora eu fechava os olhos e vivia, sentado neste morro vivo e morto de sentimentos, que tudo era paixão, flores, tudo era vida. Hoje nele choro sozinho. Se dor? Talvez não. Mas saudade do inverno que aqueceu a minha alma, que inspirou meus versos e desgraçadamente, congelou meu coração. Pois nele tudo amei, tudo senti. Nele eu beijei os únicos lábios aos quais tocaram meu coração.
E tudo apagado pela geada, tudo se apaga em saudade, que neste inverno morto e monótono, renasce em mais uma triste lembrança feliz.

Daniel Martins



quarta-feira, 11 de julho de 2012

Meu Filtro de Tristezas



Com o aperto no coração,
tomado pela paixão distante
me sento longe da vida,
longe do mundo, de tudo...

que observo sem abrir os olhos
a desgraça de viver longe de um amor
sabendo que é para sempre
que jamais vai voltar a sentir seu cheiro
tocar sua pele,
saber que seu coração jamais vai voltar a disparar
quando o ver...

quando escrevo para aliviar
alivia minha sede
mas escurece minha saudade
que se esvanece a cada letra
de cada verso sem rima
sentido na minha máquina de escrever

escrevo-te em mente
escrevo-te em lábios
escrevo-te “amor” a cada batida do meu peito
mas não te escrevo
porque meu filtro de tristezas
já velha, apenas me escuta
respondendo a cada tecla
que nenhuma palavra dita
foi tão forte
como foram as ditas, à você....

E cada letra batida
Resume o meu amor
E cada palavra formada,
A distância aumentada
Por cada centímetro entre as palavras
Que lidas me fazem sofrer
Longe de ti...
Apenas com a minha máquina de escrever...

Daniel Martins

domingo, 17 de junho de 2012

Frase do Dia

"O passado é uma cortina de vidro.
Felizes os que observam o passado para poder caminhar no futuro." (Augusto Cury)

Trecho de "Marília de Dirceu"

Tomás Antônio Gonzaga

(...)
Esprema a vil calúnia, muito embora
entre as mãos denegridas e insolentes
os venenos das plantas
e das bravas serpentes;

Chovam raios e raios, no meu rosto
não hás de ver, Marília, o medo escrito,
e medo perturbado,
que infunde o vil delito.

Podem muito, conheço, podem muito,
as fúrias infernais, que Pluto move;
mas pode mais que todas
um dedo só de Jove.

Este deus converteu em flor mimosa,
a quem seu nome deram, a Narciso;
fez de muitos os astros,
qu’inda no céu diviso.

Ele pode livrar-me das injúrias
do néscio, do atrevido, ingrato povo;
em nova flor mudar-me,
mudar-me em astro novo.

Porém se os justos céus, por fins ocultos,
em tão tirano mal me não socorrem;
verás então, que os sábios,
bem como vivem, morrem.

Eu tenho um coração maior que o mundo,
tu, formosa Marília, bem o sabes:
um coração..., e basta,
onde tu mesma cabes.
(...)

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Pra sempre até amanha

Um pra sempre dura a eternidade de um dia;
Fazer dar certo e fazer o pra sempre acontecer...
É como dar sentido à uma frase sem vogais,
É como ser o mesmo todos os dias.

Um suspiro apaixonado dura mais tempo
Que as falsas palavras de alguém que jurou amar .
Esteve ela mais preocupada em amar e comprir seu juramento
Do que simplesmente cumprir com o único e simples dever, amar.

Eu poderia estar afirmando que não existe amor eterno
Mas não estou,
Eu acho.
Mas enfim, se você é um assíduo
E crédulo leitor de romances clássicos
Ou medíocremente um simples apaixonado por filmes românticos,
E acredita ou sonha em viver um lindo e intenso amor adolêscente,
Bom, então continua lendo seus romances e vendo seus filmes,
Neles você vai viver um “romance lindo e intenso”,
Porque fora disso, na “boca braba” da vida real
Ta muito difícil. Melhor, impossível.

Pra ti, que jura na primeira semana de namoro que vai amar eternamente,
Meça vossas palavras, pois exitem românticos retrógrados (eu) que acreditam em juras. Tu sabe, que vai passa um mês e três semanas
E não vai aguentar mais ver esse “próximo (a)” contigo.
Os motivos? Hum... pense.
Eu vou falar só o principal motivo:
- Tu nem sabe o que falou. Pensa que acrescentar um “pra sempre” junto
Ao inútil e falso “te amo” não muda nada. É claro que muda, senão eu não estaria aqui
Escrevendo essa frescura.
 - Então nem jura porcaria nenhuma.

Mas se você está namorando há vários anos, parabéns!
Provavelmente seu amor nunca te disse:
“Te amo pra sempre!”


Daniel Martins

terça-feira, 22 de maio de 2012

São as palavras de Heitor Villa Lobos...

"Meus amigos,

É possível que as palavras dêem a dimensão exata - se é que existe exatidão - da emoção que nós sentimos quando ouvimos música? É possível que esta ou este, aquela ou aquele, possam compôr discursos a fim de imitar, com palavras, o turbilhão de emoções - a lembrança de coisas boas e ruins, o choro, a morte e a vida - que a música nos proporciona?

Uns podem dizer que sim, outros que não...que importa? Minha opinião é de que a arte responde a qualquer questionamento, com ou sem palavras. A arte é tão poderosa que intercede e responde por tantas vidas. Eis aqui um documento de palavras, de um homem que sempre se comunicou com música, e que, com esta ou aquelas, conseguiu o poder para destruir as barreiras do passado, as barreiras da morte, para nos transmitir a arte da vida, o amor por uma pátria."


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Morrer te Amando



No silêncio eu escuto o som das tuas lágrimas
No escuro eu vejo teus olhos úmidos
No dia sinto a noite que me corroe por dentro
Entre sorrisos e olhares:
Vejo os nosso apagados.

Sinto a dor no peito, dum adeus não dito
A dúvida irrespondível
Um medo psicótico
Criado ao amor sem sentido

Lembro de quando viajávamos a lua
Num beijo de solidão
Que apagávamos as estrelas
Brilhando em nossos olhos

Poesias traduzidas em olhares
Melodias sentidas nos suspiros melancólicos
Viamos na alegria, a nostalgia da ilusão
Duma hipótese, que jamais se realizaria
E viveria a vida por trás de máscaras
Amando a fantasia do amor...

Amor que fantasiado preferiria que ficasse
Para nunca mais acordar
E a paixão sentir sonhando...
Para poder sorrindo morrer
E sorrindo morrer, te amando.


Daniel Martins