Quando ao pôr-do-Sol eu
suspirava, sentindo a brisa gélida tocar a alma. E o meu coração pulsava na
mesma sintonia do vento, que balançava as árvores, que embalava o pássaro, dava
vida à flor, que fazia o sorrizo nos lábios dela refletir a caliência do seu
olhar.
O inverno passado... era tudo
mais vivo. O céu era mais azul, as nuvens mais criativas, o mínimo verde do
campo era tudo. Nas lembranças desta saudade, sem os mínimos versos que no
inverno de outrora eu fechava os olhos e vivia, sentado neste morro vivo e
morto de sentimentos, que tudo era paixão, flores, tudo era vida. Hoje nele
choro sozinho. Se dor? Talvez não. Mas saudade do inverno que aqueceu a minha
alma, que inspirou meus versos e desgraçadamente, congelou meu coração. Pois
nele tudo amei, tudo senti. Nele eu beijei os únicos lábios aos quais tocaram
meu coração.
E tudo apagado pela geada, tudo
se apaga em saudade, que neste inverno morto e monótono, renasce em mais uma
triste lembrança feliz.
Daniel Martins
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