Saudade do inverno passado...

Quando ao pôr-do-Sol eu suspirava, sentindo a brisa gélida tocar a alma. E o meu coração pulsava na mesma sintonia do vento, que balançava as árvores, que embalava o pássaro, dava vida à flor, que fazia o sorrizo nos lábios dela refletir a caliência do seu olhar.

O inverno passado... era tudo mais vivo. O céu era mais azul, as nuvens mais criativas, o mínimo verde do campo era tudo. Nas lembranças desta saudade, sem os mínimos versos que no inverno de outrora eu fechava os olhos e vivia, sentado neste morro vivo e morto de sentimentos, que tudo era paixão, flores, tudo era vida. Hoje nele choro sozinho. Se dor? Talvez não. Mas saudade do inverno que aqueceu a minha alma, que inspirou meus versos e desgraçadamente, congelou meu coração. Pois nele tudo amei, tudo senti. Nele eu beijei os únicos lábios aos quais tocaram meu coração.

E tudo apagado pela geada, tudo se apaga em saudade, que neste inverno morto e monótono, renasce em mais uma triste lembrança feliz.

Daniel Martins

Meu Filtro de Tristezas

Com o aperto no coração,

tomado pela paixão distante

me sento longe da vida,

longe do mundo, de tudo...

que observo sem abrir os olhos

a desgraça de viver longe de um amor

sabendo que é para sempre

que jamais vai voltar a sentir seu cheiro

tocar sua pele,

saber que seu coração jamais vai voltar a disparar

quando o ver...

quando escrevo para aliviar

alivia minha sede

mas escurece minha saudade

que se esvanece a cada letra

de cada verso sem rima

sentido na minha máquina de escrever

escrevo-te em mente

escrevo-te em lábios

escrevo-te “amor” a cada batida do meu peito

mas não te escrevo

porque meu filtro de tristezas

já velha, apenas me escuta

respondendo a cada tecla

que nenhuma palavra dita

foi tão forte

como foram as ditas, à você....

E cada letra batida

Resume o meu amor

E cada palavra formada,

A distância aumentada

Por cada centímetro entre as palavras

Que lidas me fazem sofrer

Longe de ti...

Apenas com a minha máquina de escrever...

Daniel Martins

Frase do Dia

"O passado é uma cortina de vidro.
Felizes os que observam o passado para poder caminhar no futuro." (Augusto Cury)

Trecho de "Marília de Dirceu"

Tomás Antônio Gonzaga

(...)

Esprema a vil calúnia, muito embora
entre as mãos denegridas e insolentes
os venenos das plantas
e das bravas serpentes;

Chovam raios e raios, no meu rosto
não hás de ver, Marília, o medo escrito,
e medo perturbado,
que infunde o vil delito.

Podem muito, conheço, podem muito,
as fúrias infernais, que Pluto move;
mas pode mais que todas
um dedo só de Jove.

Este deus converteu em flor mimosa,
a quem seu nome deram, a Narciso;
fez de muitos os astros,
qu’inda no céu diviso.

Ele pode livrar-me das injúrias
do néscio, do atrevido, ingrato povo;
em nova flor mudar-me,
mudar-me em astro novo.

Porém se os justos céus, por fins ocultos,
em tão tirano mal me não socorrem;
verás então, que os sábios,
bem como vivem, morrem.

Eu tenho um coração maior que o mundo,
tu, formosa Marília, bem o sabes:
um coração..., e basta,
onde tu mesma cabes.
(...)

Pra sempre até amanha

Um pra sempre dura a eternidade de um dia;

Fazer dar certo e fazer o pra sempre acontecer...

É como dar sentido à uma frase sem vogais,

É como ser o mesmo todos os dias.

Um suspiro apaixonado dura mais tempo

Que as falsas palavras de alguém que jurou amar .

Esteve ela mais preocupada em amar e comprir seu juramento

Do que simplesmente cumprir com o único e simples dever, amar.

Eu poderia estar afirmando que não existe amor eterno

Mas não estou,

Eu acho.

Mas enfim, se você é um assíduo

E crédulo leitor de romances clássicos

Ou medíocremente um simples apaixonado por filmes românticos,

E acredita ou sonha em viver um lindo e intenso amor adolêscente,

Bom, então continua lendo seus romances e vendo seus filmes,

Neles você vai viver um “romance lindo e intenso”,

Porque fora disso, na “boca braba” da vida real

Ta muito difícil. Melhor, impossível.

Pra ti, que jura na primeira semana de namoro que vai amar eternamente,

Meça vossas palavras, pois exitem românticos retrógrados (eu) que acreditam em juras. Tu sabe, que vai passa um mês e três semanas

E não vai aguentar mais ver esse “próximo (a)” contigo.

Os motivos? Hum... pense.

Eu vou falar só o principal motivo:

- Tu nem sabe o que falou. Pensa que acrescentar um “pra sempre” junto

Ao inútil e falso “te amo” não muda nada. É claro que muda, senão eu não estaria aqui

Escrevendo essa frescura.

 - Então nem jura porcaria nenhuma.

Mas se você está namorando há vários anos, parabéns!

Provavelmente seu amor nunca te disse:

“Te amo pra sempre!”

Daniel Martins

São as palavras de Heitor Villa Lobos...

"Meus amigos,

É possível que as palavras dêem a dimensão exata - se é que existe exatidão - da emoção que nós sentimos quando ouvimos música? É possível que esta ou este, aquela ou aquele, possam compôr discursos a fim de imitar, com palavras, o turbilhão de emoções - a lembrança de coisas boas e ruins, o choro, a morte e a vida - que a música nos proporciona?

Uns podem dizer que sim, outros que não...que importa? Minha opinião é de que a arte responde a qualquer questionamento, com ou sem palavras. A arte é tão poderosa que intercede e responde por tantas vidas. Eis aqui um documento de palavras, de um homem que sempre se comunicou com música, e que, com esta ou aquelas, conseguiu o poder para destruir as barreiras do passado, as barreiras da morte, para nos transmitir a arte da vida, o amor por uma pátria."

Morrer te Amando

No silêncio eu escuto o som das tuas lágrimas

No escuro eu vejo teus olhos úmidos

No dia sinto a noite que me corroe por dentro

Entre sorrisos e olhares:

Vejo os nosso apagados.

Sinto a dor no peito, dum adeus não dito

A dúvida irrespondível

Um medo psicótico

Criado ao amor sem sentido

Lembro de quando viajávamos a lua

Num beijo de solidão

Que apagávamos as estrelas

Brilhando em nossos olhos

Poesias traduzidas em olhares

Melodias sentidas nos suspiros melancólicos

Viamos na alegria, a nostalgia da ilusão

Duma hipótese, que jamais se realizaria

E viveria a vida por trás de máscaras

Amando a fantasia do amor...

Amor que fantasiado preferiria que ficasse

Para nunca mais acordar

E a paixão sentir sonhando...

Para poder sorrindo morrer

E sorrindo morrer, te amando.

Daniel Martins

Sem Sentido

Eu vejo longe
Um céu apagado.
Eu vejo da vida um cinzero
E da existência as cinzas
Num nada de fumaças.

São lembranças fúteis
Tragadas por uma mente inútil
Que pensa, haje, mas não sente.

O que sente não passa de dor
De solidão em fim
De lágrimas monótonas
De um beijo, com gosto amargo.

Não vejo mais o dia que nasce
Só vejo um nada dentro de nada.
Uma vida sem sentido,
Algumas palavras apagadas,
Um coração partido.

Daniel Martins

Crise Artística - Encerramento temporário das atividades

Pois é. Devido às insônias, e aos meus pensamentos turbulentos, em questão da minha vida artística - tanto na literatura quanto na música - que no momento, psicológicamente e filosóficamente, está passando por uma séria crise. As atividades do blog "Alone", serão por certo tempo suspensas. Sem data determinada para voltar. Mas aos meus poucos e importantíssimos leitores, avisarei em minhas redes sociais o retorno do blog, se o mesmo acontecer.
Mas receio eu, que tudo isto, deveras não passe de uma crise adolescente.

Se houver alguma dúvida: daniel.mott6@gmail.com

Um forte abraço...

Nos vemos nos versos da vida.

Daniel Martins, 01/04/2012

Triste Distância

Estar do teu lado
E não pode te beijar
Sem poder te querer
Muito menos te amar

Sufocado, preso
Dentro do meu peito
Meu coração desesperado
Por ti amando
Espedaçado por te ver
Tão distante ao meu lado

Quando triste partir
E pelo acaso tudo abandonar
Lembre-se de um poeta
Que vai estar sempre olhando as estrelas
A te esperar.
Quando partir...
Lembre-se de um lunático apaixonado
Que sempre ao fechar os olhos
Com tuas lembranças
Irá sorrir...

Daniel Martins

Agonia

Melancolicamente
Estou vivendo esta tarde nublada
De uma mórbida agonia
Causada pela dor, por chorar
Pela indecisão
De um desgraçado coração
Que não sabe amar

Uma flor repousada no meu peito
Pesa mais que a morte aos meus olhos
Num aroma suave...

Sobrando no mundo
Numa solidão que me aguenta,
Sentindo seus sentimentos
Choro sem saber, nem conseguir mentir
A dor de um coração
Que não sabe sentir...

Daniel Martins

Aves da Noite - pintura de Edward Hooper (1882 - 1967)

O termo "Aves da noite", é usado figurativamente para descrever alguém que fica acordado até tarde, e é um nome compartilhado com a família real de pássaros chamados (naturalmente) Falcões.
Hopper começou a pintá-la imediatamente após o ataque Pearl Harbor, Domingo, 7 de Dezembro de 1941. Após o evento, houve um sentimento generalizado de tristeza por todo o país, um sentimento que é retratado na pintura. A rua está vazia fora da lanchonete, e no interior nenhuma das três pessoas no balcão estão aparentemente olhando ou conversando com os outros, todos estão perdidos em seus próprios pensamentos. Dois são um casal, enquanto o terceiro é um homem sentado sozinho, de costas para o espectador. o trabalhador do restaurante, olhando para cima de seu trabalho, parece estar olhando para fora da janela, para trás dos clientes.
Este retrato da vida urbana moderna, como o vazio ou a solidão é um tema comum em todo o trabalho de Hopper.
A obra teve influência na Literatura, no Cinema, na Música, Televisão, etc.

Fonte Wikipédia
Adaptado por mim.

Soneto

No alto, a noite nervosa
Acalmada pelo vento
Raios, risos e tenores balançam o céu contra o tempo
E a triste Lua adormece radiosa...

Os horizontes delimitados ao escuro
Deleitam-se ao verde-negro, dos campos obscuros.
E nos raios rubor
O reflexo da vida real, o horror.

Os flashes das psicoses, relatam o passado.
As vidas repensadas
Em sonhos e palavras atrazadas...

Um vinho. E a solidão ao meu lado,
Rindo a infeliz paixão que se vai.
Pingo por pingo, a chuva cai...

Daniel Martins

A Música do Fim

Pintura Juízo Final - Sem informações sobre o pintor

O céu se abre
Um som lúgubre se faz
Estremecendo o firmamento
E aterrorizando o pensamento
Do duvidoso.

O dia brando se escurece
A lua em sangue se faz
E jaz!
Aquele que não creu...

Clamores, prantos e gritos
Se fazem atrasados...
Pois Ele já se foi...
E nEle seu espírito

Suicídios falhados
Ela já se foi
A morte não reinará neste mundo
E o sangue correrá nas ruas...

Os olhos piscaram
E para os que creram...
Neste mundo, tudo acabou.

O movimento Allegro...
Da trágica sinfonia...
A música do fim. Tocou...

Daniel Martins

Frase do Dia

"Quando penso em você, fecho os olhos de saudade." (Cecília Meireles)

Adeus, Meus Sonhos! (Álvares de Azevedo)

"Foi poeta - sonhou - e amou na vida"

(Álvares de Azevedo)

Álvares de Azevedo (1831 SP - 1852 RJ), em opinião particular, foi o melhor, mais sentimental, mais triste e mais melancólico da Literatura Brasileira. Destacou-se de forma extraordinária no ultra-romantismo, com sua poesia comunicativa e cheia de sensibilidade, tomada pela tristeza, pelo amor, pelos desejos de morte, pelos devaneios, etc. Vivia escrevendo nas tavernas, fazendo parte, supostamente, da Sociedade Epicuréia, inspirava-se (assim como a maioria dos demais ultra-românticos) fortemente no grande poeta Inglês, George Gordon(Lord Byron).
Viveu uma vida de tristeza, boêmia e com saúde frágil. Morreu aos 21 anos incompletos, após concluir o quarto ano do seu curso de Direito, quando após o mesmo, foi passar as férias no Rio de Janeiro, e num certo passeio a cavalo pelas ruas da cidade, sofre uma queda, que traz à tona um tumor na fossa ilíaca. Sofreu muito, e foi operado - sem anestesia, segundo os familiares - e, após 46 dias de padecimento, veio a falecer, no Domingo de páscoa, 25 de abril de 1852.

Deixou poucas, mas grandes e muito apreciadas obras durante sua curta vida:

-Lira dos Vinte Anos; Poema do Frade; Conde Lopo (inacabado), Macário(drama); Noite na Taverna.

O poema a seguir, é o meu preferido, entre os seus. É ele de uma profunda sensibilidade, enorme tristeza e de grande desilusão pela vida...

Adeus, meus sonhos!

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores
Já não vejo em meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!

Fonte: http://www.jornaldepoesia.jor.br
Adaptado por Daniel Martins

Frase do Dia

As Lembranças

Lembrança é algo dolorido, que nos faz chorar, nos agoniar, etc. Pode ser boa ou ruim, ela se torna um sentimento dolorido. Primeiro: se a lembrança é boa, nos deixa mal pelo fato de ter acontecido, no passado, e que não vai mais voltar aquele tempo, em que você saia com os amigos, com a namorada(o), em que você conversava com aquela pessoa especial, enfim. E talvez os amigos com quem você saía, a maioria foram embora, ou você mudou para longe, ou houve um afastamento de ambos. E a namorada(o) que você saía... se você tem lembranças dela, é porque foi um período de sua vida muito especial, e certamente se lembra do que falavam um para o outro, de detalhes que talvez você pensa que passou desapercebido entre os dois, não, você se lembra claramente. É isso, esses pequenos detalhes que nos trazem lembranças difíceis de ter, e muitas vezes nosso pensamento tenta fugir destas, mas não é possível, porque quanto mais tentamos fugir das verdadeiras lembranças, mais nos lembramos delas.

A lembrança ruim, é algo que hoje, no presente, nos causa repugnação, indignação, ou em alguns casos, até a ironia. Ela também nos faz chorar, porque lembramos de algo que podería-mos ter feito para evitar isso, mas não fizemos, e isso às vezes, pode levar uma pessoa a depressão. Uma lembrança ruim, têm um lado bom; ela nos ajuda a pensar e refletir sobre certas coisas do passado que fizemos, para não repetirmos o mesmo no presente, adquirimos experiência, e nos ajuda a refletir então o porquê dos mesmos terem acontecido, e pensando nisso, tentar concertar. No caso seria: pedindo desculpas, conversando (dependendo do caso), ou apenas se conformando por ser algo do passado apenas.

As lembranças ruins ou boas, ambas são emocionantes, e nos fazem pensar na vida, chorar ao ouvir uma música, ficar triste ao lembrar um momento.

Devemos ter lembranças, por mais que doa a alma ao lembrar, vale a pena, porque você terá certeza que não perdeu tempo, porque viveu intensamente um momento a ponto de ter emocionantes lembranças. E viver, em sonhos, loucuras ou plena sensatez, não é perder tempo, é simplesmente viver.

Daniel Martins

Passos Escuros

Te vejo nos bosques,

Dos meus sonhos atormentados
Pela tua presença.
Teus passos, iluminados
Contra a noite pelo raios
Eu sigo sem notar...
E os morcegos a voar
Me cercam em companhia
Na minha lírica poesia
Te sigo à beira do lago.

Em devaneios
À teu cheiro...
Tuas noites em suspiros
Me atraem
E sigo teu caminho
Pois o "misterioso"
Sempre me atraiu
E nunca tive medo de sonhar
(arriscar)
Para jamais acordar...

Daniel Martins

Pense em Mim

Pense em mim quando dormires chorando
E acordar sorrindo
Quando estiver acordada sonhando
E sozinha dormindo.

Pense em mim quando a saudade bater
E a vontade louca de me ver
Te fazer chorar
Por não me ter no agora.
Mas continue a me amar
Pois pensarei sempre em ti,
Te amando no tempo do amor, que demora.

Pense em mim quando a chuva cair
No teu rosto, te fazendo lembrar do que te disse...
Que demorei para te encontrar
E não vou te deixar ir
Sem antes poder te amar...

Pense em mim...
Quando pensares em desistir
Por causa das palavras que causam dor.
Pense em mim ao lembrar das árvores e poesias,
Do que jurei na despedida, meu amor.

(Daniel Martins)

Frase do Dia

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos. (Charles Chaplin)

Agora

Agora, só do silêncio preciso
Para pensar no que sou
E lembrar do meu riso
Que no fim, se acabou...

Agora preciso lembrar,
Respirar sem chorar,
Dos teus lábios vinho
Que fazia contraste bem devagarinho
Quando sorrias, à olhar para uma estrela
E dizias: “Eu quero aquela”...

Agora preciso ler
Alguma coisa que me retorne a viver
E escutar
Algo que me faça esquecer de te amar...

Agora preciso esquecer
Da brisa da noite que à sós nos arrepiáva
Do abraço com o adeus apertado
E o lugar que marcou uma vida
Que agora se faz distante, triste e dividida...

Daniel Martins

Em Devaneios, Uma Sinfonia...

Em devaneios me faço à uma sinfonia
Em trágicos acordes
Que me perco em melancolia
Em cello’s, o terror
Adagio suspiro, minha inspiração
Meu horror...

Allegretto, meu desespero
Em que me perco ao suspense
Ao gemer da viola
A harpa que chora,
Ao trágico Presto sem alcançe

Aos devaneios...
Que anseios!
Se fazem o canto
Vosso tenor...
Que nesta arte,
Mostras a emoção,
O teu amor

Ao ouvir do canto lírico
Minha saudade
Que bate sem pena...

Meus suspiros poéticos
Que ante esta sinfonia
Formam de tamanha poesia
Tais Maestosos, simples versos ...

(Daniel Martins)

*Imagem extraída do filme "O Segredo de Beethoven"

Aquela Amizade

Quando conversamos, existe algo muito além em nossos olhares e em nossos lábios do que apenas assuntos. Existe uma vontade inexplicável, incomparável e incompreensível, para quem observa de fora, e só é entendida quando nos beijamos. É nesse momento que eu viajo, que eu durmo acordado, que eu grito de alegria por dentro, que eu queimo, que esqueço o mundo. É o momento que eu fecho os olhos para a vida. Se tudo fosse tão fácil, eu ficaria com você para sempre, viveria a cada uma hora esse momento, demonstraria da mais emocionante forma o que eu sinto de verdade, algo que vai além disso que acontece “sem querer”.
Viver assim, amando de certa forma quem não deveríamos amar, é interessante, é uma aventura. Mas que faz brotar muitas lágrimas, quando paramos para pensar, depois de tudo que passou, de todo dia, pensar que talvez não vai acontecer de novo, pelo fato de ser algo escondido, algo que para a outra pessoa aconteceu e acontece, apenas por acontecer, como “algo do momento”. Mas que para você, foi o seu sonho se realizando.
Ta certo, eu sei, é só uma paixão adolescente. Mas e dai? Adolescente não sente?
Então, após acompanha-la até certo ponto do caminho de casa, sorrindo junto à ela, e fingindo estar adorando essa aventura, vou embora em lágrimas por pensar que não posso ter ela para mim todos os dias, por pensar que talvez seja o último desses momento com ela, por pensar que talvez a partir de hoje ela passe a amar seu namorado. E finalmente por pensar que somos apenas amigos.

Daniel Martins

Inspiração... (?)

Por que estou sem inspiração? Tem algo bloqueando minha mente. É o nada. Não estou pensando em nada. Talvez este seja o problema. A muito tempo não amo, não choro, não fico triste e não sorrio. A muito tempo não sinto. Mas quem precisa de sentimentos para escrever? Simples, eu preciso. Não consigo sentir. É algo horrível, como se esse sentimento, estive se batendo desesperadamente para sair. Não sinto nada, somente a dor das batidas desse sentimento no meu coração.
Por que isso comigo? Justo eu, que necessito escrever, me libertar...
O que me causou esse vazio? Sempre sorri, sempre estudei, sempre senti. Ajudei meus amigos, enxuguei muitas lágrimas dos outros, presenciei momentos de alegrias. Dediquei a vida para alguém.
Refletindo sobre tudo isso, me veio algo a mente, será a inspiração para um novo poema ou crônica? Ou os sentimentos voltaram a existir? Quem dera. Foi apenas a agonia ao lembrar que me esqueci de viver. É, esqueci de viver a minha vida. De pensar meus pensamentos. E chorar minhas dores.
Preciso nada mais do que viver, na solidão que nescessito para escrever. No meu quarto escuro, à noite olhando para as estrelas, sentado na mesinha com pilhas de livros ao redor e de frente para a janela, sentindo o ar, escutando o silêncio da noite, e olhando para a foto do Poe no meu guarda-roupa marfim. Isto basta.
Então volto a me inspirar na minha rotina solitária, atirado na cama olhando para o teto, com lágrimas nos olhos e um sorriso no rosto.

Daniel Martins

O Que Te Toca...

Te faz sentir sem saber
O sentimento frio que te ama
Vive ao sangue beber
E negar, a voz ao longe que te chama

Te toca sem sentir
O amor sem repartir
Que me parte em melancolia
Sobre os versos, minha triste poesia.

Tua delicadeza
Que sente a paixão ardente, incontrolável
Tocar o vinho dos teus lábios
Tua lânguida pele, meus arrepios, tua frieza

O que te ama
Triste, te toca ao longe, te deseja
Do fogo apaixonado na cama
Nos meus braços esquecidos
As noites de sonhos, já te tens acordada
À vida feliz, ao drama.

Daniel Martins

Vida Desespero

Desespero que ama
Que ama o medo
Com amor sombrio
Que escurece o sorrizo feliz
Que sorri para a morte
Que mata o sopro da vida
E que vai vivendo o desespero
De quem amor – sorriu –
Que se foi, a chorar
Sem avisar...
Que partiu.

Daniel Martins

Frase do dia

"Para colher lágrimas, semeie amor!!" (Friedrich Von Schiller)

Quadro: Vista de Arles, Pomar em Flor

Vista de Arles, Pomar em Flor - por Vincent van Gogh

The Christians Goth's

Bom, como todos sabem sou cristão (não religioso), amo a Deus acima de tudo, acima de qualquer ser humano, acima de qualquer religião, acima de qualquer autoridade e acima de mim mesmo e da minha vida. E sou admirador da sub-cultura gótica, assim como na literatura, na música, no cinema, na arte, enfim. Isto está sendo alvo de crítica, não só para mim, mas à todos que admiriram e/ou seguem igual à eu esta cultura. Jesus Cristo diz, em 1 Samuel 16.7: "Mas o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque eu o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração." Deus não quer tua aparência, ele quer teu coração livre do mau, livre de pecados, um coração puro perante Ele. Não importa os meus gostos, portanto que isso não atrapalhe a minha comunhão com o Pai, o Filho e o Espirito Santo. Não ligue se te criticarem, se zombarem da tua fé.
Um pai ama seu filho de qualquer modo, por mais péssima pessoa que ele seja: se ladrão, bandido, drogado, o amor de pai continua o mesmo, pode haver um abalo nesse amor, mas ele continua ali, amando seu filho, muitas vezes descepcionado, mas amando. E é assim o amor de Deus, Ele é nosso pai, quem nos criou, e por mais rudes, rebeldes e pecadores que sejamos com Ele, está sempre disposto à nos amar e perdoar, basta pedirmos perdão. Deus é bom, e não ruim, como muitos dizem por ai. Ele nos dá livre-arbítrio para escolhermos o que queremos para nossa vida. Diz a bíblia "Tudo vos é lícito, mas nem tudo vos convém". Está na nossa mão escolher que caminho seguir.
A sub-cultura gótica, não prende ninguém à uma religião, muito menos força alguém a acreditar em algo. Religião ou crença, é algo particular de cada um, que varia conforme seus conceitos à respeito. Você é livre para crer no que quiser, ninguém tem o direito de dizer o que você deve seguir, vestir, acreditar, aceitar, entre outras.
A cena se ridiculariza por certos "góticos" que se dizem "ateus" e a rotularizam indevidamente como algum tipo de "seita satânica", fazendo então os que seguem a cultura, passarem ao olhos da sociedade, por falsos cristãos, por ateístas, mazoquistas, satânicos e etc.
O segredo é você viver e ter consciência de sua vivência na terra.
Deus te ama e te aceita como você é, indiferente de crença, estilo ou religião.

Daniel Martins

Então é isso, em outra postagem estarei falando um pouco mais à respeito deste assunto. Não deixem de dar sua opinião ou crítica sobre o mesmo. Um forte abraço.

Frase do dia

"Quando eu era jovem, pensava que o dinheiro era a coisa mais importante do mundo. Hoje, tenho certeza." (Oscar Wilde)

Catedral de Notre-Dame de Paris

A Catedral de Notre-Dame de Paris, é uma das mais antigas catedrais francesas do estilo gótico. Com sua construção iniciada em 1163, é dedicada a Maria, mãe de Jesus (Notre-Dame=Nossa senhora). Citua-se numa pequena ilha ilha de Paris e é rodeade pelas águas do Rio Sena.
A catedral surge intimamente ligada à ideia de gótico no seu esplendor, ao efeito claro das necessidades e aspirações da alta sociedade, a uma nova abordagem da catedral como edifício de contacto e ascensão espiritual.
A arquitectura gótica é um instrumento poderoso no seio de uma sociedade que vê, no início do século XI, a vida urbana transformar-se a um ritmo acelerado.
Esta é uma das mais belas catedrais góticas que ja vi. Sua grande valorização veio atravéz da literatura na obra de Victor Hugo, O Corcunda de Notre-Dame, que conta a história de Quasimodo, no qual se apaixona impossivelmente pela cigana Esmeralda. Victor Hugo concluiu sua obra em 1831, e foi graças a seus personagens que resurge o interesse popular pela caderal, pela sua arquitetura gótica e afins. Inicia-se então um movimento nacional pela reforma e preservação da catedral, que viria a ser executada entre 1845 e 1865, liderada pelo grande gênio, o arquiteto Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc.

Esta catedral tem muita história durante seu longo tempo de existência. Foi na Notre Dame onde ocorreu a beatificação de Joana d’Arc, em 1909. E no parvis de Notre Dame, em 26 de agosto de 1944, é celebrada a missa pela libertação da cidade da tirania nazista, bem como é realizada a missa de corpo presente pelo falecimento do comandante geral da França durante os anos de resistência, o General de Gaulle, provas definitivas que não existe outro ponto na cidade com tanto prestígio e que represente de tanto a alma de Paris e da França. da França.
Pode-se dizer que a própria nação está simbolizada neste monumento com 130 metros de comprimento, 48 metros de largura, 35 metros de altura, pilares com 5 metros de diâmetro e sinos de 13 toneladas.

Esta belíssima catedral é um dos principais pontos turísticos de Paris. Aos turistas é possivel observar as esculturas da Galeria dos Reis, ainda em sua fachada externa. Também o tesouro, onde estão guardados vários itens sagrados, inclusive um relicário destinado a guardar a cruz de Jesus Cristo. Cada uma das capelas e esculturas, cada detalhe de suas rosáceas de vidro colorido e seus portais, ou suas incontáveis Gárgulas, monstros encarapitados nas torres da catedral.

Contém também vários sinos que compõe, nos quais denominados: Angelique-Françoise, Antoi­­nette-Charlotte, Hyacin­­the-Jeanne, Denise-David (na torre do norte) e o Bourdon Emmanuel (na torre do sul). Já houve mais sinos mas com a Revolução Francesa, muitos foram derretidos para a fabricação de canhões. O principal é o Bourdon Emmanuel e também o mais antigo. Seu balado só ocorre em eventos de grande importância, como visitas do papa, comemorações e funerais presidenciais. Desde a sua instalação, em 1681, o Bourdon Emma­nuel tocou apenas 84 vezes. Os sinos da torre norte, instalados desde 1856, badalam a cada 15 minutos ou em eventos históricos, como no fim da Primeira Guerra Mundial ou na libertação de Paris em 1944. Mais recentemente, tocaram em honra às vítimas do atentado de 11 de setembro. Em 2012 estes sinos serão derretidos e substituídos por nove novos sinos e isto ocorrerá porque os mesmo perderam o tom devido ao desgaste do cobre.

Fonte: Wikipédia e Viagens & Imagens

Adaptado por Daniel Martins.

Lágrimas de Honesta Piedade e Imortal Contentamento

(Luís Vaz de Camões)

Amor, que o gesto humano na alma escreve,
Vivas faíscas me mostrou um dia,
Donde um puro cristal se derretia
Por entre vivas rosas a alva neve.

A vista, que em si mesma não se atreve,
Por se certificar do que ali via,
Foi convertida em fonte, que fazia
A dor ao sofrimento doce e leve.

Jura Amor, que brandura de vontade
Causa o primeiro efeito; o pensamento
Endoidece, se cuida que é verdade.

Olhai como Amor gera, em um momento,
De lágrimas de honesta piedade
Lágrimas de imortal contentamento.

Frase do dia

"Os grandes espíritos sempre encontraram fortes oposições de mentes medíocres." (Albert Einstein)

O Que Te Faz O Obscuro

O que te beija os lábios

De sangue gélido
Que corre tuas veias
As transpassa
De bela tristeza tua face se traça

Tua sombra
Que alimenta o vulto
Do morcego que te adora
Dança sem hora
À meia-noite dos teus pesadelos.

O que te atrai no escuro
A paixão dos anjos proibida?
Tua pele que de branca fascina
Teu pescoço que nele te suspira.

Teu olhar negro
Que apaga as flores
Que um dia enfeitaram tua vida
E curaram teu corte
Hoje mortas
Enfeitam teu túmulo, tua morte.

Noite te traga
Num apaixonar de olhares
Que te envolve sem explicar
O obscuro que te faz tua paixão
O que te faz o obscuro
(sem explicação)


Daniel Martins

Quadro, Estúdio de Ludwigh van Beethoven

Estúdio de Beethoven, por - J.N. Hoechle.

128 anos de Santiago

E aí pessoal. Ontem, dia o4 de janeiro, a cidade de Santiago completou 128 anos de idade e cultura. Então, fiz um poema (sem planos, simplesmente aconteceu), e resolvi postá-lo como forma de homenagem à cidade que amo. Eis aí:

Santiago...

Que de ti nasce as flores
Que crescem aos amores
Das métricas por ti amado
A terra que ama
Os poetas apaixonados...

Feliz na cultura que as letras embriagam
A culta terra que no céu se olha o azul
Que aplaude seus cantos na melodia
E sente os rimares das poesias
Que fazem as mentes que lêem
E os ouvidos que ouvem
Voar, sem limites a extasia

Coração que chora a perda do amor
Que ama tristes olhares com calor...

Que tem fome do Conhecimento
Que faz nascer o Saber...

Educadora de Poetas,
Renasce o novo poema
No amor e céu inspirado
Nasce o coração da alma
Minha grande Santiago

Daniel Martins

*(Igreja Matriz)












(Estação Férrea)*













*(Rua dos Poetas)














Fotos por Márcio Brasil, retiradas de seu blog, Visões de Santiago, no dia 05/01/2012.